terça-feira, 17 de maio de 2011

Como Pregar Sermões Expositivos a Ouvintes que não Foram Educados para Ouvi-los?

 

Phil Newton

“Toda pregação cristã verdadeira é expositiva”, escreveu John Stott. Embora algumas pessoas considerem a pregação expositiva um método antiquado, sua capacidade de tornar-se um porta-voz do texto bíblico assegura relevância constante. Desde que a responsabilidade do pastor é pregar a palavra, ele deve se esforçar para compreender o texto bíblico e comunicá-lo eficaz e apaixonadamente a sua congregação (2Tm 4.2). A abordagem expositiva almeja deixar que o texto bíblico trate das diversas necessidades de uma congregação, independente do nível educacional da igreja. J. W. Alexander expressou bem isso: “O método expositivo é apropriado para assegurar ao pregador e aos seus ouvintes a maior quantidade de conhecimento sobre as Escrituras”.
Tanto o pregador quanto os ouvintes podem ser auxiliados na pregação expositiva ao lembrar sempre de algumas coisas.
O pregador e a pregação expositiva:
1. Reconheça que o método expositivo pode ser estranho aos seus ouvintes, então, faça todos os anos uma pregação sobre o motivo de você pregar expositivamente. Nessa mensagem você precisa explicar por que o método expositivo é necessário, o que você procura realizar, e a forma como o sermão deve ser ouvido.
2. Ao preparar o sermão, certifique-se de trabalhar o seu vocabulário de forma que este se iguale à compreensão dos ouvintes. Além disso, nunca presuma que seus ouvintes entendem termos que, para você, são comuns. Por exemplo: justificação, santificação e eclesiologia. Uma simples explicação dos termos oferecendo exemplos pode incrementar o entendimento da congregação.
3. Ofereça resumos dos sermões para ajudar as pessoas no momento de ouvi-los. Você também pode pensar na possibilidade de imprimir a mensagem que você escreveu e disponibilizá-la antes do culto, para ajudar os ouvintes a ouvir e compreender. Isso acaba tornando-se uma boa ferramenta para seu povo lembrar do sermão e seguir com o estudo do tema.
4. Encoraje sua congregação a desenvolver a capacidade de pensar e compreender oferecendo um material de leitura adicional para complementar a sua pregação. Para começar, esse material pode ser composto por artigos ou sermões curtos, livretes e, depois, vocês podem prosseguir com a leitura de livros maiores. Providencie guias de leitura da Bíblia inteira a fim de desafiar a congregação nessa disciplina espiritual. Comece aos poucos para não sobrecarregar aqueles que não estão acostumados a ler com regularidade.
5. Tenha momentos de diálogo a fim de que as pessoas possam fazer perguntas relacionadas ao sermão sem medo de embaraços. É importante que você evite uma postura defensiva com relação a perguntas ou comentários. Isso pode ser feito após o culto da noite ou durante os cultos semanais. Cuidadosa e humildemente responda as perguntas direcionando as pessoas ao texto bíblico e usando a oportunidade para fazer algumas sugestões sobre como interpretar as Escrituras.
6. Pense numa “pessoa-alvo” quando estiver preparando o sermão. Essa pessoa seria um representante do nível comum de compreensão na igreja. Visualize a comunicação com essa pessoa conforme você desenvolve seu esboço, suas explicações, ilustrações e aplicações do texto. Busque ocasiões para conversar sobre o sermão com a “pessoa-alvo”. Pergunte francamente quão bem ele ou ela está compreendendo os sermões; pergunte como você pode ser mais claro, o que foi mais proveitoso no sermão, e identifique qualquer coisa que possa ter impedido a compreensão.
Os ouvintes e a pregação expositiva:
Regularmente desafie seus ouvintes a tirar o máximo de proveito de cada sermão considerando o seguinte:
1. Reconheça a autoridade das Escrituras Sagradas e sua primazia na adoração pública. Durante a semana prepare-se para ouvir a Palavra lendo as Escrituras regular e sistematicamente.
2. Peça que o Senhor lhe dê ouvidos que ouçam a Palavra e um coração obediente – lembre a congregação que eles têm a responsabilidade de se preparar para ouvir tanto quanto você tem a responsabilidade de se preparar para pregar.
3. Examine as Escrituras como os bereanos para ver se as coisas expostas são fiéis à Palavra de Deus (At 17).
4. Faça perguntas no sentido de oferecer uma resposta à exposição das Escrituras:
• Agora estou convicto, por meio da Palavra, de que existe uma área de minha vida, de meus pensamentos, de minhas ações e do meu comportamento que precisa ser mudada?
• Existe um pecado, uma desobediência, uma atitude errada ou alguma desculpa que foi repreendida pela verdade das Escrituras e que agora preciso confessar e dos quais preciso me arrepender diante do Senhor?
• Há uma instrução que eu preciso seguir e colocar em prática na minha vida?
• Há uma doutrina que eu preciso estudar mais e aplicar ao meu entendimento da verdade cristã?
5. Reflita no texto e na mensagem. Nesse momento você pode alcançar o maior discernimento que já teve sobre a Palavra de Deus. Faça anotações e analise-as novamente após o sermão.
6. Repita as verdades do texto para outra pessoa, talvez usando essa ocasião como uma chance para testemunhar do evangelho ou encorajar um amigo crente.

Phil Newton é pastor da Igreja Batista South Woods em Memphis, Tennessee.



Leitura recomendada:
J. W. Alexander, Thoughts on Preaching (Edinburgh: Banner of Truth, 1988).

J. I. Packer, Vocábulos de Deus (São José dos Campos: Editora Fiel, 1994).

John Piper, A supremacia de Deus na pregação (São Paulo: Shedd Publicações, 2003).

Charles H. Spurgeon, Lições aos meus alunos. vol. 1-3 (São Paulo: PES, 1990).
[Sugestões do Editor]:
Bryan Chapell, Pregação cristocêntrica (São Paulo: Cultura Cristã, 2002).

Sidney Greidanus, O pregador contemporâneo e o texto antigo (São Paulo: Cultura Cristã, 2006).

D. Martyn Lloyd-Jones, Pregação e pregadores (São Paulo: Fiel, 1984).

Albert Martin, O que há de errado com a pregação de hoje? (São Paulo: Fiel, s/d).

Stuart Olyott, Pregação pura e simples (São Paulo: Fiel, 2005).

Haddon W. Robinson, A pregação bíblica (São Paulo: Edições Vida Nova, 1983).

Traduzido por: Ana Paula Euzébio Pereira

Revisão: Pr. Franklin Ferreira



Copyright:

© 9Marks

© Editora FIEL 2009.


Traduzido do original em inglês: How do I preach expositional sermons to uneducated hearers? de Phil Newton, com a permissão do ministério 9Marks.

terça-feira, 3 de maio de 2011

As Prioridades do Pastor no Início do Ministério

Bob Johnson

Ontem a igreja o empossou como seu pastor. Houve orações, abraços, sorrisos, cânticos, alimentos, fotos, mas hoje é segunda-feira. Onde começar? Você sabe que precisa preparar sermões excelentes, discipular os membros da igreja e evangelizar. Mas, como começar? O que você deve fazer no início do ministério?

Você tem um senso de que não deve fazer algumas coisas. Não, não fique em casa assistindo esportes na TV. Não pense que pode mudar tudo em três meses. Você possui um título, mas a posição de pastor tanto é outorgada como é conquistada. Há muito a aprender sobre a sua igreja, antes de começar fazer mudanças. Além disso, Cristo prometeu edificar a sua igreja. Você não precisa tentar fabricar o crescimento.

Com isso em mente, há cinco prioridades que você deve estabelecer no início de seu ministério.
Prioridade 1 - Aprenda tudo que puder a respeito dos membros da igreja (envolvimento — 1 Pedro 5.1-4).

Você é um pastor. Bons pastores exalam o cheiro das ovelhas e as conhecem por nome. Sugestão: leia as atas das assembléias passadas. Aprenda tudo que puder sobre a fundação da igreja. Qual era a declaração doutrinária original? Houve mudanças nessa declaração da igreja? Se houve, por quê? A igreja já sofreu divisões? Há questões ainda não resolvidas?

Familiarize-se com os membros mais antigos da igreja. A sua percepção sobre a congregação se aprimorará com base nas conversas com eles. Pergunte-lhes sobre as tradições, a história, os procedimentos administrativos e assim por diante. Formule perguntas que poderão ser feitas a todos os membros da igreja, a fim de avaliar a saúde espiritual deles. O seu envolvimento — e a confiança que obtém — pode ser ainda mais valioso do que a informação que você reúne.
Prioridade 2 – gaste tempo com sua liderança (humildade – Filipenses 2.5-8).

Sugestão: visite os líderes em seu lugar de trabalho. Procure conhecer a família, a história, a contribuição e as virtudes deles. Faça-lhes perguntas que você planeja fazer à congregação. Peça-lhes que compartilhem assuntos em favor dos quais você pode orar e pergunte-lhes como servir melhor à igreja. Procure conhecer a avaliação deles quanto à saúde da igreja. Tenha uma lista de livros cuja leitura você poderia sugerir-lhes. Planeje um encontro com eles, para conhecerem mais uns aos outros. Diga-lhes o que você espera aprender sobre a congregação. Discuta com eles a história da igreja. Que eventos poderiam ser celebrados? Conte-lhes suas conversas evangelísticas. Envie-lhes emails todos os dias.

Servir aos seus líderes será um exemplo a respeito de como eles podem servir à igreja. Os líderes de sua igreja têm de ser as primeiras pessoas que você discípulará.
Prioridade 3 – planeje a sua pregação (o meio divino de crescimento – Romanos 10.17).

Expor e aplicar fielmente as Escrituras causará mais impacto em sua igreja do que qualquer outra coisa. Pregar é a primeira prioridade de um pastor. Aqui está alistada como a terceira devido à progressão do pensamento. A informação que você obtiver influenciará o seu plano de pregação.

Visto que o evangelho é fundamental para adoração, discipulado, evangelização, resolução de conflitos, casamento e todas as outras coisas da vida de uma igreja, considere a possibilidade de começar realizando uma série de pregações expositivas sobre o evangelho de Marcos ou 1 João. Prepare-se para cada pregação e apresente sermões excelentes.
Prioridade 4 – encontre-se com pessoas que não são de sua igreja (considerando os outros — Filipenses 2.4).

Reúna-se com pastores de sua região. Eles podem lhe dar impressões a respeito de sua igreja e informações sobre a comunidade. Considere a possibilidade de orar publicamente por esses pastores e igrejas no domingo seguinte.

Encontre-se com políticos da cidade. Que mudanças estão acontecendo na cidade? Quais as necessidades que eles percebem? Há algo em favor do que você pode orar? Há algo que sua igreja possa fazer?

Visite as pessoas da vizinhança da igreja. Apresente-se às pessoas que moram ao seu redor. É interessante o quanto você pode aprender, à medida que ganha a confiança necessária.

Embora a informação que você obtém dessas pessoas seja proveitosa, ir ao encontro delas também lhe dará oportunidades de evangelizar.
Prioridade 5 — plante uma arvore frutífera (ou um jardim — 1 Coríntios 4.2).

Árvores que produzem fruto necessitam de cultivo e tempo; observar uma árvore crescendo lhe fará lembrar isso. Você começou uma maratona; mantenha o ritmo.

Exemplos:

Certo pastor delineou um plano ambicioso em seus dois primeiros meses de ministério, um plano para fazer a igreja crescer por meio de uma estratégia de evangelização agressiva, mudá-la para um lugar mais notório e excluir do calendário ministérios inúteis ou ultrapassados. Nada do que esse pastor propôs era errado, mas, sem ganhar a confiança da liderança, ele deixou a igreja depois de nove meses. Deixou para trás um rebanho esfacelado, ferido, desanimado.

Outro pastor disse que não queria fazer qualquer mudança durante um ano, enquanto aprendia o que pudesse sobre as pessoas. Agora, quatorze anos depois ele as tem levado a diversas mudanças que foram conquistadas por meio de sua fidelidade pública, no púlpito, e particular, no ministério pessoal.

James Boice disse uma vez que geralmente superestimamos o que podemos fazer em um ano e subestimamos o que pode ser feito fazer em dez anos. Se você é um novo pastor, estabeleça prioridades que, pela graça de Deus, produzirão frutos daqui a dez anos.
www.9marks.org




Traduzido por: Pr. Wellington Ferreira

Copyright:

© 9Marks

© Editora FIEL 2009.

Traduzido do original em inglês: A Pastor's Priorities For Day One. Com a permissão do ministério 9Marks.



O leitor tem permissão para divulgar e distribuir esse texto, desde que não altere seu formato, conteúdo e / ou tradução e que informe os créditos tanto de autoria, como de tradução e copyright. Em caso de dúvidas, faça contato com a Editora Fiel.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Como Bem Administrar uma Igreja

LEMBRE-SE: Tudo é para a Glória do Senhor, por isso, Dê o MELHOR para Ele]) !

1 Comentário



Entendemos que a administração é um dom de Deus, e enxergamos que esse dom está entre aqueles que são indispensáveis para o bom funcionamento de qualquer equipe de ministério e principalmente de toda uma igreja. O ministério de todo pastor será muito mais frutífero e bem sucedido se ele puder dedicar-se integralmente à liderança em lugar da administração. Por isso, necessitamos que na equipe pastoral tenha uma pessoa (ou mais) com esse dom, que possa tirar toda sobrecarga do pastor no que diz respeito às responsabilidades administrativas. Essa pessoa por sua vez deverá ter uma equipe competente que trabalhará no sentido de oferecer toda infra-estrutura de que a Rede Pastoral e Ministerial precisará para seu bom funcionamento e desempenho.

Diferença entre liderar e administrar:
Liderar Administrar
 
1. Dar direção 1. Dar estrutura
2. Mostra o caminho 2. Mostra processos
3. Motiva, inspira os liderados 3. Organiza as pessoas
4. Cria a visão 4. Desenvolve a visão (ação)
5. Tem a voz de comando 5. Facilita a comunicação
A. O que é Administração
“Administrar é arte de coordenar com eficiência, pessoas, processos, recursos e o tempo, com um propósito específico”.

B) Oito expressões Administrativas na vida de uma Igreja
Conhecer essas expressões administrativas ajuda a perceber o quanto que essa atividade é importante na vida de uma igreja.

1. Planejamento Estratégico: Igrejas bem administradas sabem para onde estão indo. Elas possuem uma declaração de visão e missão, tem estratégias e valores centrais claramente definidos, um cronograma que norteia suas atividades com objetivos e alvos a curto, médio e longo prazo, e um organograma que permite a todos visualizarem como a igreja está estruturada dentro da visão.
Uma visão sem plano (que inclua metas mensuráveis) é simplesmente um sonho. Dificilmente se realizará.

2. Liderança Descentralizada: Igrejas bem administradas investem tempo e recurso no treinamento de liderança e formação de equipes, para que os diversos serviços (ministérios) sejam realizados de forma eficiente, sem haver sobrecarga para uma minoria e principalmente para o pastor. As principais decisões são tomadas de forma interdependente com a participação das pessoas que precisam estar envolvidas, mas sem anular a direção e principal voz de comando.

3. Secretário (a) com dom administrativo e secretaria: Igrejas bem administradas valorizam um (a) bom (a) secretário (a), de preferência que seja voltado (a) para tarefas e estruturada, com iniciativa e habilidades específicas da função. A secretaria deve ter um espaço físico adequado reservado para fixar alguns móveis ou equipamentos indispensáveis a tarefa a ser realizada (mesas, arquivos, computadores, etc). Arquivo merece um destaque, pois aqui estarão guardados os documentos da instituição e que se forem extraviados podem causar sérios problemas ao Pastor que responde judicialmente pela igreja.

4. Formação de Administradores: Igrejas bem administradas tem a preocupação de descobrir pessoas com o dom de administração, para serem capacitadas e distribuídas nas mais diferentes equipes de ministério da igreja. Toda equipe para funcionar bem precisa ter pessoas com os seguintes dons: Liderança, Administração e Intercessão

5. Prestação de relatórios: Igrejas bem administradas desenvolvem uma cultura de prestação de contas através de relatórios simples e fáceis de serem preenchidos. Esse pequeno instrumento tem o poder de oferecer informações precisas que ajudam no diagnóstico dos pontos fortes e fracos da Rede Pastoral e Ministerial de uma igreja, bem com da própria rede administrativa. Isso permite que a cada três ou quatro meses, seja apresentado um relatório geral através de gráficos que mostrarão a saúde da igreja. Alguns modelos de relatórios incluem:
a) Relatório pastoral
b) Relatório dos grupos familiares, grupos de discipulado, grupos de apoio.
c) Relatório financeiro
d) Relatório das equipes de ministérios

6. Orçamento Financeiro: Igrejas bem administradas trabalham dentro de um orçamento financeiro anual. Sua receita não é gasta de forma improvisada, momentânea e irresponsável. O orçamento financeiro permite que todas as estratégias tenham os recursos necessários para serem aplicados durante o ano. Implantar Grupos Familiares, Restauração e outras estratégias em sua igreja e não separar recursos no orçamento para subsidiar o desenvolvimento do processo durante o ano é praticamente assinar o atestado de óbito dessas estruturas. O orçamento da igreja precisa refletir a visão e valores que foram abraçados.

7. Agenda Anual: Igreja bem administrada tem uma vida simples que não induz os membros da a inverterem as prioridades divinas. Suas atividades refletem a visão e missão, são organizadas dentro das estratégias e seguindo o critério de priorizar conforme sejam indispensáveis, importantes e opcionais. A agenda, tanto da Rede Pastoral como Ministerial, são trabalhadas com base nesses pressupostos e principalmente de forma interdependente. Portanto, algumas das perguntas chaves feitas nessa igreja são?
a) O que essa atividade tem haver com nossa visão e missão?
b) Essa atividade já estava prevista dentro dos objetivos do Planejamento Estratégico?
c) Como essa atividade poderia ser classificado para nosso momento: Indispensável, Importante ou Opcional?
d) Ela tem como entrar na coordenação sem trazer sobrecarga e inversão de valores?

8. Reuniões Facilitadoras: Igrejas bem administradas ensina sua liderança para fazerem reuniões objetivas, bem elaboradas com princípios, técnicas e dinâmicas facilitadoras, e acima de tudo com orientação e unção divina, onde as pessoas sentem prazer em participar e podem testemunhar a presença do Espírito de Deus.

9. Contabilidade: É impossível obter boa e legal administração sem uma contadoria bem elaborada. É imprescindível que o contador mantenha os documentos contábeis atualizados e devidamente atualizados; apresente o Q.D.F. (Quadro Demonstrativo Financeiro) mensal e anualmente para ser publicado no Diário Oficial, ao final de cada ano faça a Declaração do Imposto de Renda e seja responsável pela atualização do CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica).

C. Resultados de uma Administração Eficiente
1. Gera ECONOMIA: Igrejas, famílias, equipes, ministérios, que não atentam ou valorizam para as boas normas de administração, pecam pelo desperdício. Administrar bem é um exercício da mordomia cristã que nos ensina não sermos donos de nada, mas mordomos da dispensa do Senhor Jesus.
2. Gera ORGANIZAÇÃO: Administração e organização são palavras que caminham juntas. Você conhece uma igreja bem administrada quando existe ordem, organização em todas as áreas. Essa organização geral pode ser resumida nas seguintes palavras: a) Pessoas b) Tempo c) Recursos d) Processos.
3. Gera REALIZAÇÃO: Isso é uma conseqüência lógica e inevitável. Igreja bem administrada produz mais tendo a quantidade associada com a qualidade. Essa realização tem um efeito motivador que leva o pastor, líderes e toda a igreja a trabalharem com alegria por causa dos frutos visíveis que estão sendo colhidos.

sábado, 9 de abril de 2011

A boa gestão de uma igreja

Rodolfo Garcia Montosa
Publicado em 25.09.2006


Para começar, o que é gestão? Os livros e a internet estão repletos de conceitos e definições. Muitos, ao ouvirem esta palavra, têm a impressão de estarem diante de um quebra-cabeça de muitas e muitas peças. O Aurélio procura simplificar ao apontar a palavra administração como sinônimo de gestão. Alguns autores, no entanto, entendem que administração possui uma conotação diferente da gestão, já que esta, mais recentemente, passou a significar a interferência direta e ampla nos sistemas e procedimentos organizacionais. Neste sentido, gestão poderia ser definida como o gerenciamento do conjunto de ações e estratégias nas organizações, de maneira ampla, visando atingir seus objetivos.

E para a Igreja? O que é gestão? Minha definição é de que gestão é o exercício da liderança na direção da missão, com o foco em pessoas, dentro dos princípios e valores que se preconiza, com boas técnicas e procedimentos, fazendo acontecer os resultados que se tem como alvo.

Esta definição está apoiada em um dos textos que fundamentam o Instituto Jetro que é Salmos 78.72. Na versão NVI lemos “E de coração íntegro Davi os pastoreou; com mãos experientes os conduziu” e na versão VRA lemos “E ele os apascentou consoante a integridade do seu coração, e os dirigiu com mãos precavidas”. Estes textos falam de duas dimensões na gestão: a dimensão do coração e a dimensão do entendimento. A dimensão do coração engloba as intenções, os reais valores, a centralidade, os reais objetivos pessoais e coletivos, as paixões, o que realmente amamos, a fidelidade, o caráter. Já a dimensão do entendimento engloba o como fazemos, as técnicas que usamos, os hábitos, a observância da lei da gravidade, a prudência, a experiência, a competência.

O coração remete ao caráter e o entendimento remete à competência. Caráter X Competência: com qual dos dois devemos prosseguir? Com os dois! Eles são interdependentes, não podem caminhar sozinhos na vida da igreja. Nem sozinhos, nem desequilibrados. O caráter e a competência devem caminhar juntos e equilibrados pelo poder de Deus. Então, se entendemos assim e nos apoiamos na necessidade de investirmos no nosso coração (caráter) e no nosso entendimento (competência), temos uma base sólida para nos apoiarmos em busca de uma solução para o nosso quebra-cabeça de gestão. Isto porque, a partir de alicerces bem fundamentados, partimos para ações que, de fato, vão fazer acontecer a boa gestão de uma igreja.

Antes que você se sinta desmotivado frente ao desafio de juntar tantas peças, informo que o quebra-cabeça proposto aqui é formado por 6 peças somente. Elas seriam as peças maiores. Elas englobam várias outras peças menores, mas, uma vez manipuladas, desencadeiam o processo de encaixe do quebra-cabeças inteiro. Para cada peça apresentaremos um conceito juntamente com perguntas de reflexão e auto-análise que podem nos ajudar a manipular melhor aquela peça.

Visão

Aqui adotamos o conceito de George Barna que afirma: “é um retrato mental claro de um futuro preferível, comunicado por Deus a seus servos-líderes escolhidos, baseado num entendimento real de Deus, de si mesmos e das circunstâncias”. A visão nos fornece o rumo, engaja e motiva pessoas, ajuda nas decisões, sustenta na turbulência.

• Sei onde quero chegar em um ano, no próximo ano e daqui a cinco anos?
• Sei onde estou na caminhada?
• Sei o que está me desviando do alvo?
• Sei o que devo fazer para corrigir a rota?
• Observo e aprendo com a minha experiência e com a dos outros?

Pessoas

Toda a obra de Cristo foi por causa de pessoas e sua continuidade é através de pessoas. Mcgregor propõe a Teoria XY, a partir da qual analisa que toda a direção de uma organização está baseada na real concepção que temos acerca da natureza humana.[1] A forma como vemos os membros da igreja determina o nosso estilo de liderança que pode variar de participativo de um lado a autoritário no outro extremo. Adaptando a teoria, o estilo de liderança Y entende que os membros são motivados e querem servir, por isso, a liderança é mais participativa-consultiva e os relacionamentos são interdependentes. Já o estilo de liderança X entende que os membros querem ser servidos e evitam a responsabilidade a fim de se sentirem mais seguros. Por isso, esta liderança tende ao estilo autoritário-benevolente onde os relacionamentos são mais superficiais e condescendentes.

• Estou convencido de que tenho bons critérios para selecionar pessoas para funções chaves?
• Ao designar pessoas para as funções, tenho um bom programa de treinamento?
• Sou transparente em relação ao desempenho dos meus liderados, seja ele satisfatório ou não?
• As pessoas que trabalham comigo se sentem alegres e motivadas?
• Consigo discernir ovelhas de lobos e tratá-los adequadamente?

Pensamento sistêmico

Segundo Scholtes, “o pensamento sistêmico refere-se ao reflexo geral ou hábito de conceber a realidade em termos de interdependência, interações e seqüências”[2]. Sistemas são compostos por processos, os quais são compostos por métodos, que se subdividem em passos. Um exemplo seria uma igreja em células. Se partirmos da igreja como um sistema, teremos dentro do subsistema de células o processo de discipulado, com o método individual e orientado, cujos passos podem ser resumidos em ter uma reunião semanal para comunhão, estudo e oração. Uma boa analogia é a Igreja comparada ao corpo humano que é composto de muitos sistemas interdependentes e inter-relacionados.

• Tenho reações efetivas quando percebo falhas em processos que impactarão no futuro?
• Consigo relacionar o crescimento da igreja com outros processos bem desempenhados?
• Consigo compreender a relação entre a estagnação em determinadas áreas ou ministérios com processos mal conduzidos?
• Observo atentamente o impacto das ações nos ministérios e departamentos da igreja?
• Consigo enxergar os efeitos de longo prazo de um discipulado saudável?

Aprendizagem

Na década de 90, Senge popularizou este conceito e se tornou um dos autores que mais publica nesta área. Ele afirmou “para sobrevivermos aos desafios da mudança contínua é fundamental que nos tornemos uma organização de aprendizagem. Não somente uns detendo o poder da informação, mas todos tendo o ambiente e oportunidade para se desenvolverem”[3]. É fato que as empresas ou organizações aprendem à medida que os seus colaboradores vão ganhando novos conhecimentos. Aquelas que se mantém em contínua adaptação e melhoria são chamadas de organizações que aprendem.

• Meu estilo de liderança incentiva a aprendizagem e desenvolvimento das pessoas?
• Estimulo a individualidade e a criatividade sabendo que a diversidade é uma grande riqueza?
• Estou comprometido em aprender coisas novas?
• Estou consciente de que devo desaprender algumas coisas, ainda que isto seja difícil?
• Estou convicto de que somos mais capazes coletivamente em Deus do que individualmente?

Recursos

Uma interessante conceituação neste assunto vem de Scholtes: “devemos saber identificar com precisão quais são os recursos que exercem impacto na precisão, acuidade, amplitude, tempo e na excelência das atividades que devemos desempenhar para cumprirmos nossa missão”. Recursos espirituais, humanos, patrimoniais e financeiros são provisão de Deus para a caminhada e devem estar, todos, alinhados com a visão.

• Estou convicto de que Deus é o Senhor absoluto e não deixará faltar nada?
• Estou convencido de que os recursos seguem a visão e as pessoas?
• A aplicação dos recursos está alinhada com a visão?
• Estou prestando contas às pessoas e a Deus sobre a aplicação de todos os recursos?
• A aplicação dos recursos está equilibrada com as áreas de necessidade?

Comunicação

Kotler afirma que “Toda a organização deve comunicar-se eficazmente com seus diversos públicos-alvo considerando, para isso, nove elementos inerentes a esse processo: emissor, receptor, mensagem, canal, codificação, decodificação, resposta, feedback e o ruído”[4].Na Igreja o líder tem o papel de emissor e receptor em relação aos liderados e à Deus. Tem que saber falar e saber ouvir. E mais que isso, o líder deve se preocupar não somente em buscar uma comunicação estruturada envolvendo os elementos acima como também, no papel de emissor, usar de simplicidade, clareza, interesse e repetição.

• Estou ouvindo a Deus com clareza, juntamente com outros irmãos?
• Estou ouvindo os liderados com a devida atenção?
• Estou comunicando claramente a visão de forma que todos possam reproduzi-la?
• Os líderes da igreja estão falando e ouvindo de maneira compreensível e equilibrada?
• Há comunicação entre a igreja e a comunidade local?

Ao repassar com honestidade por estas principais peças do quebra-cabeça, certamente você identificou áreas de oportunidade que precisam ser repensadas, reaprendidas, revisadas. Meu conselho é este: não se desespere. No livro de Tiago lemos uma instrução útil para este momento: "se alguém tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente". Vamos depender da sabedoria que vem do alto e seguir confiantes como colaboradores da missão que é dEle mesmo.

[1] Douglas McGregor, The Human side of the entrerprise. Nova York: McGraw-Hill, 1.960.
[2] Peter R. Scholtes, O Manual do Líder: um guia para inspirar sua equipe e gerenciar o fluxo de trabalho no dia-a-dia. Rio de Janeiro: QUALITYMARK, 1.999
[3] Peter Senge, Learning Organization.
[4] Philip Kotler, Administração de Marketing: análise, planejamento, implementação e controle. São Paulo: Atlas,1.998.

BASTA FICAR FIRME NA CARRUAGEM


"... porém do SENHOR vem a vitória" (Provérbios 21,31).

Quando Charlton Heston se mostrava preocupado com a possibilidade de não conseguir vencer a corrida de carruagens no filme Ben Hur, Cecil B. De Mille lhe disse: "Seu trabalho é permanecer firme na carruagem. Meu trabalho é garantir que você ganhe".
Assim deve ser conosco. Devemos fazer o que Deus nos mandou fazer e deixar as vitórias por conta dele.
Muitas vezes estamos tão ansiosos por uma conquista que nos esquecemos de ficar firmes. Corremos para todos os lados na expectativa de conseguir a tão sonhada vitória que não lembramos que somos cristãos, filhos de Deus, discípulos de Cristo, nosso Senhor, e que a vitória nos é dada se tão somente confiarmos plenamente nEle.

Quando, em nossa caminhada, começamos a questionar: "Será que vou conseguir? Serei capaz, mesmo, de vencer? Chegarei lá?" quase sempre nos decepcionamos e a frustração é total.

Para atingir cada um de nossos propósitos, o melhor caminho é entregar tudo nas mãos do Senhor. "Senhor, eis-me aqui. Mostra-me a Tua vontade. Diga-me o que devo fazer e quais os passos a seguir. Orienta-me para que eu não tome decisões precipitadas ou equivocadas. Eu confio em Ti... eu descansarei em Ti... eu vencerei a Tua vitória.

A palavra que não podemos esquecer é: "Crê somente"! Esse é o nosso trabalho. Ele está agindo para nos abençoar, para alegrar os nossos corações, para nos conduzir em vitórias.

Se julgamos que somos capazes de vencer por nossas próprias forças, esquecemos de confiar no Senhor e, muitas vezes, nada conseguimos além de grandes decepções. Constatamos, com frequência, que não conseguimos sequer ficar firmes. E se não somos capazes de nos manter firmes na carruagem da vida, como conseguiremos vencer a corrida em busca de conquistas?

Fique firme e deixe Deus conduzir a carruagem!

Paulo Roberto Barbosa

sábado, 2 de abril de 2011

SAIBA OS RISCOS QUE ESTÃO RONDANDO SUA IGREJA
Adriana Pasello
Publicado em 13.10.2006

A criação do Instituto Jetro foi baseada na percepção de que a maioria dos pastores e líderes tem pouco acesso a informações, cursos e ferramentas a respeito de gestão ministerial. Sabemos que até mesmo as disciplinas de administração eclesiástica oferecidas nos cursos de teologia não são suficientes para responder aos desafios dos pastores frente aos diversos aspectos práticos e do dia-a-dia da igreja e ministérios.

Estes aspectos práticos estão diretamente relacionados com o fato de que, ao mesmo tempo em que a Igreja é "de origem divina", ela é também “de composição humana". Como fato espiritual (origem divina) a Igreja obedece, inegociavelmente, às orientações da Palavra de Deus. Como fato sociológico (composição humana) a Igreja tem satisfações a dar à sociedade, sejam estas de natureza ética, trabalhista, contábil, financeira, civil ou legal. Certamente, o cuidado com estas áreas nos leva a anunciarmos as boas-novas também através do bom testemunho da igreja enquanto organização. “Pois zelamos do que é honesto, não só diante do Senhor, mas também diante dos homens”. II Coríntios 8:21.
Riscos diferentes para áreas diferentes

No universo organizacional de nossas igrejas orbitam, com maior ou menor impacto, todas as áreas mencionadas acima. Cada uma delas demanda diferentes competências de gestão e envolve equipes com especialidades distintas. Mas, um fator comum a todas são os riscos envolvidos na sua gestão. O Aurélio define risco como “perigo ou possibilidade de perigo”. Uma outra definição diz que risco é um “evento incerto, futuro, que pode ter conseqüências positivas ou negativas para a organização”. Juridicamente se define como “possibilidade de perda ou de responsabilidade pelo dano”.

Se analisarmos cada área já citada e pensarmos em como está a saúde de nossa igreja em cada uma delas, certamente nos lembraremos de situações vivenciadas em que houve perda ou dano para a organização. Na área trabalhista, por exemplo, quantas igrejas não têm enfrentado reclamatórias de ex-funcionários que não receberam os honorários que lhe eram devidos? Uma outra situação muito comum é a de igrejas que não guardam seus registros contábeis pelo prazo estipulado em lei e se arriscam em caso de eventuais necessidades de comprovação contábil. Quantas igrejas não são construídas fora da área permitida pelo zoneamento da cidade podendo ser responsabilizada civilmente?

O gerenciamento de riscos

O que fazer para minimizar estas “possibilidades de perigo” vividas pela igreja? Aplicar as ferramentas e conceitos de gerenciamento de riscos! As boas práticas indicam que a identificação é o primeiro passo para uma boa gerência deste assunto. Nesta etapa desenvolvemos uma listagem de riscos através do reconhecimento dos efeitos e implicações para a organização.

Uma vez identificados todos os riscos inerentes à aquele projeto ou processo passamos para a fase de análise. Aqui procura-se estimar a probabilidade e o impacto de cada um dos riscos relacionados gerando uma lista com os riscos de maior peso no topo, avaliando sempre a causa e o efeito de cada um.

Em seguida, parte-se para a resposta ao risco que é a etapa que tem por objetivo implementar estratégias de reação aos riscos listados. Aqui cabem perguntas como: a) De que forma este risco pode ser evitado ou melhorado? b) Quais as implicações em aceitar este risco? c) Há opções alternativas? Com base nas respostas resultantes parte-se para ação que pode ter caráter preventivo ou corretivo.

Um recurso para pensar o risco

Entendendo que o bom testemunho organizacional nos nossos dias é fundamental para que a igreja faça diferença na sociedade, iniciaremos uma série de questionários que abordarão cada uma das áreas onde há possibilidade de dano ou perda para a igreja. Assim, teremos o checklist trabalhista, o checklist financeiro, e assim por diante.

Identificamos alguns riscos mais comuns considerando a diversidade de contextos e os listamos em formato de questionário para lhe ajudar a fazer uma análise de cada um deles. Cada resposta equivalerá a um número determinado de pontos e ao final do checklist você poderá fazer a somatória e saber como está a sua igreja naquela área. Importante observar que o checklist não é exaustivo e completo, ou seja, ainda que liste os riscos comuns, dependendo do contexto, outros riscos devem ser considerados. Caberá a você, pastor, e a sua equipe decidirem posteriormente como irão responder ao que foi identificado. E lembre-se: um risco só é eliminado quando atuamos sobre as suas causas.